quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Medo


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(Raquel Pereira)
 
 
 
 
 
   O medo paralisa as intenções. Faz com que as ideias amorteçam.
   O medo produz muros altos, como se a segurança estivesse contida nos tijolos.
 O medo faz o amedrontado olhar para todos os lados quando a ponta do pé alcança a porta.
 O medo neutraliza, escraviza, mas não protege, não livra-nos da aflição e muito menos resolve conflitos.
Assim o Homem nu”, não livrou-se do cobrador, antes todos os esforços de fuga o levaram diretamente a ele.
Também o medo não poupou tão cuidadoso pai, nem impossibilitou que Zorthian”, se transforma-se no carrasco de seu próprio filho.
O medo abre as janelas do cuidado, mas o cuidado não deve impedir que as janelas se abram.
                  
           ₁ “ Homem nu” : Refere-se a crônica de Fernando Sabino, onde um homem tentando escapar de um cobrador  acaba se envolvendo em uma grande confusão que o leva diretamente a ele.
          “Zorthian”: J. H. Zorthian, após ler no jornal sobre o atropelamento que levara a morte de uma criança, ficou assombrado achando que o mesmo poderia acontecer aos seus. A possibilidade virou-lhe obsessão, mudou-se criou uma muralha, pensou em todas as possibilidades de segurança, até na que matou o seu filho, ao dar ré em seu carro, não percebeu que o garoto estava atrás.
 
 
 
 

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