segunda-feira, 27 de outubro de 2014

São Paulo e a Cigarra


 
(Raquel Pereira)

Quando penso a falta de água em São Paulo, logo vem a minha cabeça a tão contada fábula dos tempos de escola, La Fontaine me vem à memória.
É engraçado o  quanto a literatura pode ser amiga da realidade e dos acontecimentos cotidianos.
La Fontaine está pra mim como a água está para São Paulo, cabe exemplificar a minha colocação, vejam só:

O escritor diz em sua fábula que uma cigarra preguiçosa vivia a cantarolar sem preocupar-se de forma alguma com o inverno, vivia do presente, alimentava-se do momento sem planejar como seria sua vida no futuro. Como todos sabemos, logo o tempo passou e o tempo futuro se tornou presente, a coitada padeceu de fome.
O mesmo aconteceu ao nosso estado, viveu o tempo presente, gastando os recursos naturais, não se planejou para o futuro, preferiu confiar na chuva, regalou-se o tanto que pode, o tempo futuro chegou e o que foi feito não foi suficiente para lidar com a situação.

No caso da cigarra era importante que ela trabalha-se para guardar recursos para o tempo das vacas magras ( aí já entra outro exemplo no qual não me debruçarei, mas que caberia perfeitamente aqui  a história de José do Egito), de toda forma em ambas há ideia de prepara-se para o infortúnio, para tempos difíceis.
São Paulo foi a Cigarra da fábula,  mas poderia ou pode quem sabe aprender com a formiga, estabelecer metas, investir, criar projetos mais consistentes. Ou pode continuar a vida de Cigarra esperando cair chuva do céu, quem sabe?

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