Ando sem sorte, sem pão e sem chão.
Ando solitário na estrada escura.
Caminho pequenos passos e não digo onde vou,
nem sei em que direção sigo, apenas vou indo um passo após o outro.
Nem sempre é possível saber a onde ir, é a urgência da vida que pede:
- Vá!
- Aonde?- Não sei, vá, sem perguntar o porque ir, apenas vá.
Nem sempre é possível prever as intenções, ou prever onde a estrada vai dar.
O passo então segue.
O olho vê longe a distância que não chega com facilidade.
Os pés vão seguindo arrastados pelos chinelos velhos, resultado de tão grande caminhada.
Cansar é normal, é fácil acostumar-se a caminhada sem perceber a trilha, deixar o corpo ir, levado por um caminho descontente,
É fácil continuar seguindo o tempo do relógio, cada tic tac é uma manhã que não se vê mais,um sorriso que não volta, uma palavra que o vento leva.
Um comentário:
Muito verdadeiro e bonito.Parabéns.
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