Sete Chaves

(Raquel Pereira)

A vida não é um caminho florido e ensolarado,

tempestades assolam nossas portas e por vezes ultrapassam nossas almas.

Não é fácil olhar para frente, pensar em caminhos bonitos, quando os muros parecem cada vez mais altos.

É por isso que a fragilidade dos nossos olhos transparecem, mostrando o que trancamos a sete chaves. Nossos sentimentos são muitas vezes compreendidos apenas por nossa alma e por isso guardados tão secretamente.

Alguns sentimentos não ficam escondidos por serem errados, não, mas sim por nós deixar tão vulneráveis.

Ninguém gosta da vulnerabilidade.

Mas no instante que os olhos traem tudo vem à tona, as trancas das sete chaves são estouradas e sem chance de reparos.

Nos vemos nus. Nudez de alma é engraçada não há vestimenta que resolva.

Quantas vezes nos sentimos assim, quantas vezes apertamos os olhos, mordemos o canto dos lábios, desviamos o olhar para não sermos pegos em nossas fragilidades. Talvez seja por isso que os olhos nos traiam para que a angustia dê lugar ao desabafo.

Sábios são os nossos olhos, neles não há nada que possa ser mascarado, enfim até os fortes caem quando a lágrima lava a alma.