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(Raquel Pereira)
O medo paralisa as intenções. Faz com que as
ideias amorteçam.
O medo produz muros altos, como se a segurança
estivesse contida nos tijolos.
O medo faz o
amedrontado olhar para todos os lados quando a ponta do pé alcança a porta.
O medo neutraliza, escraviza,
mas não protege, não livra-nos da aflição e muito menos resolve conflitos.
Assim o ₁“
Homem nu”, não livrou-se do cobrador, antes todos os esforços de fuga o
levaram diretamente a ele.
Também o medo não
poupou tão cuidadoso pai, nem impossibilitou que ₂
“Zorthian”, se transforma-se no carrasco de seu próprio filho.
O medo abre as
janelas do cuidado, mas o cuidado não deve impedir que as janelas se abram.
₁
“ Homem nu” : Refere-se a crônica de Fernando Sabino,
onde um homem tentando escapar de um cobrador acaba se envolvendo em uma grande confusão que
o leva diretamente a ele.
₂ “Zorthian”: J.
H. Zorthian, após ler
no jornal sobre o atropelamento que levara a morte de uma criança, ficou
assombrado achando que o mesmo poderia acontecer aos seus. A possibilidade
virou-lhe obsessão, mudou-se criou uma muralha, pensou em todas as
possibilidades de segurança, até na que matou o seu filho, ao dar ré em seu
carro, não percebeu que o garoto estava atrás.
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