Peço meus caros, que me ouçam por um instante.
Que não me matem, não digo a morte do corpo e sim a da alma.
A morte do corpo encontra descanso.
Mas a da alma acontece pouco a pouco, a cada dia e por isso é muito mais dolorosa.
Não calem minha voz, deixem as penas ao alcance de minha mão.
Que eu traga sempre entre os dedos caneta, lápis ou algo que rabisque.
Um pequeno pedaço de papel.
Matem-me de fome ou sede, só não meus pensamentos.
Não tirem de mim a alma, a alegria das linhas.
Morro a cada linha que não escrevo,
morro um bucado a cada linha que não se escreveu.
Não prendam minhas mãos nem calem minha voz
Não me condenem a um caminho sem flores,
Não me condenem a ignorância,
Não tirem de mim a beleza de ver nascer os poemas.
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