terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Obra/Glória/Memória/Obra

(Raquel Pereira)


Devo calar a meus lábios,

venenosos da baba do copeiro de Faraó,

que aniquilá-se a si.


Venha Camões com lírios de sua Obra

e enterre a coroada rainha morta.

Seus delírios velejantes caro Vasco da Gama,

seja da obra criadora do criador da mesma sua glória!


E a ti querido Machado querido Assis! És sublime sua obra,

que Brás Cubas nos conte de onde o seu emplasto.

Seria a invenção invente, de Cotrim perverso ou o cônego rígido?

Ou mesmo que nada importa que o diga: - Fostes ela quem me matou,

“Maldita talvez seja glória, ou bendita esta que me fez ilustre”

Deste a escolha a quem quisesse e nos deste enriquecida a nós pobre senhores,

estas tão sombrias e claras “Memórias Póstumas de Brás Cubas” .

E que esse verme tenha feito proveito de suas frias carnes, de obra criastes e voltastes a obra.


Caros digo que um dia serei lembrança, memória,

mas nunca chegarei a Assis, talvez um pouco a Brás,

quem sabe um pouco do Cotrim, ou mesmo do cônego.

Não serei amor da glória,

Sei que chegarei a morte, esse fim que nem um outro há.

Digo porém estar certo Cubas ao dizer sentir uma enorme vontade de mofar neste mundo.

Mas está inevitável vence o criador de ilustres literários.

Já não há medo , não penso em Júpiter , muito menos em Neptuno,

Não peço a deusa da juventude Hebe, que me dê sua água juvenil.


Peço ao Criador Jesus Cristo, que permita-me estar a seu lado e perdoe-me as faltas,

já que vieste a tanto morar dentro de mim,

Peço sim que Ele me permita chegar a Paulo, “ Para mim morrer é lucro e o viver é Cristo.”



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